Friday, January 29, 2010

Howard Zinn, historia desde 1922




É pena, uma verdadeira pena um dos maiores historiadores do século XX ter morrido à dois dias atrás, dia 27 de Janeiro de 2010, falo claro de Howard Zinn, o escritor do conhecido livro "A People's History of the United States", fez um trabalho fantástico como historiador dando a conhecer a quem analisar o seu trabalho uma nova perspectiva sobre a história da nação mais poderosa do mundo. Howard Zinn figura agora na lista dos grandes do século XX, que infelizmente mais já não se encontram entre nós. É um prazer conhecer algum do seu trabalho.

Monday, January 18, 2010

Fotocopias em branco

Em certos dias nada é certo e muito menos nada é o que realmente é, tudo passa por uma cópia de uma cópia de uma cópia, um estado permanente de sonambulismo. Luzes que são as outras luzes, o conta kilometros a bater os 100, a chuva continua e tão fina como alfinetes espalha-se sobre o para-brisas. Um carro, que é o carro que passei há 20 minutos atrás, é tudo uma copia de tudo o resto. Poucas coisas escapam à monotonia de um dia, sentado a ler imperadores que se prostituíam e seguiam a lei metrossexual, ler telenovelas de há 2000 anos atrás. Rodeado do som abafador e sufocante de um aquecedor de ventoinha, doentio até. Põem-me é a mim doente, tudo isto antecessor das luzes rápidas e de caixas de fosforo conduzidas a alta velocidade. Tudo uma cópia. A dificuldade em respirar, parece que tenho um colete de forças amarrado á volta do peito e que em breve vai parar de me deixar respirar.

Os braços estão dormentes, preguiçosos e sem energia, o dedo grande do dedo, o que serve para mandar á merda as pessoas que o merecem está lesionado, nem consigo pegar numa caneta. A respiração ofegante, os olhos atrás dos óculos de designer italiano querem-se fechar, mas há ainda mais umas décadas de novela para ler. Parece que nada existe, que tudo é em câmara lenta os reflexos, a dor, a felicidade e o pensar. Sou o narrador da história e só faltam uns bastidores para ser um filme melo-dramatico com um fim incerto e com um desenrolar um pouco doentio. Algo do género dos filmes como Fight Club ou qualquer outro que se possam lembrar.

Não! Não é sono, não é cansaço, olha é a merda de uma fotocopia da minha cara e pintada por cima por uma criança de 5 anos. É o facto do cansaço, ou lá o que isto é me por num estado de perplexidade aguda em que só dá vontade de ofender e de chamar: "És um/uma grande filho/a da puta!!" a quem sentir que merece tão precioso presente. A perplexidade faz-me num sacana nihilista, ou então no primo do Nietszche.

As novelas são as últimas se tudo correr como espero, os guionistas não acabam de escrever os resultados e a vida caminha na corda bamba que nem de fio é, é antes de ar. Já não há gripe, só há crise quando os telejornais ficam sem nada para dar, agora só dá solidariedade para com um povo esmagado desde os 1800's por todos nós, não muito é claro! Esmagado um bocadinho por todos nós. Afinal a polémica do casamento do mesmo sexo não foi um problema, é mais o casamento entre pessoas de sexo diferente, mas disso não se fala, não vá acordar-se o senhor da pátria, família e religião, cito: o caralho ( que não o tinha ) do Oliveirinha; ou alguma réplica do mesmo em forma de decorador de interiores mas que afinal é mais lider da oposição que os laranjas. Mas que oposição? Cópias de cópias de outras cópias.

Agora reparo o passado está colado na parede do meu quarto sob a forma de um X, também cópias de cópias de esse X estão no meu quarto, um X que foi uma cruz para quem a carregou, porque graças a algum dEUS, ás vezes estamos rodeados de criaturas pouco mentalmente hábeis, que são, adivinhem lá... Fotocopias de outras fotocopias que nem sabem quem são. Somos a geração dos 500€ dizem, eu digo que somos a geração dos meninos que nunca largaram a fralda mental. Os mesmos que hão-de estar a pagar para trabalhar e mesmo assim irão continuar a empinar o rabo no ar, tal como há séculos esta pequena colónia neo-consumista-liberal tem vindo a fazer e os resultados estão aí... Afinal é tudo uma cópia de outra cópia, que nem sabe quem é.