Monday, September 03, 2012

Pleistoceno

O vácuo levou tudo, a existencia limita-se a momentos perdidos olhando para paredes brancas, fazendo delas telas de veludo, onde pinto a vida de qualquer forma que me aprouver.

A vida não é cor de rosa, e lentamente, com o passar dos anos, o lado negro da vida apodera-se da perfeição, que um dia se julgou haver. Tudo cai como um baralho de cartas debaixo dos pés, em camara lenta, uma por uma até os pés voltarem a tocar o chão. Ali fico deitado, de costas no chão e os olhos fixados no tecto. Tudo podia ser pior, mas em que vida se pode dar significado há existência que se está a viver? Será que existe sequer significado?

E o afastamento de tudo o que conheces processa-se e dá para ver, que nada é perfeito. Será que algum dia foi? Era mesmo, ou era apenas a visão que era diferente? É o tempo de deixar para trás tudo aquilo que um dia teve significado, cortar o cordão umbilical com a lâmina de fogo, que sempre cortou a vida nos momentos importantes, não menos traumáticos, mas importantes.

Será que é verdade? Será, ou é apenas a minha visão que está desfocada? Nunca se pode saber nada, para quê? Para que serve saber?