Friday, April 27, 2007

Ryan Adams em final de semana


Esta semana foi uma constante, chegar a casa cansado. Para matar este parasita que se apodera de nós, o cansaço, cada um tem as suas soluções. Uns tomam um banho quente, outros destroem a equipa rival na consola de jogos, outros não fazem absolutamente nada - como é o meu caso. Penso ser justo dizer que quando pensamos conhecer todas as boas bandas e todos os bons cantores surge sempre mais algúm que nos surpreende, andava eu nos anais do YouTube á procura de alguma música que agora me falha o nome que descobri um individuo, com aspecto de cromo, chamado Ryan Adams. Para dizer a verdade, surpreendeu-me, ao contrário do seu congénere britânico Bryan Adams, este nativo da Carolina do Norte sabe cantar e bem. No seu reportório surgem-nos canções de country e de um rock a fugir para o folk, ou como agora gostam de chamar "emo". A satisfação de chegar a casa e adormecer depois de um dia cansativo, a saber que amanhã será outro igualmente insipido, a ouvir Ryan Adams é algo que me é transcendente. É música de momento, que fica sempre bem em qualquer filme e em alguns momentos da vida real também fica bastante bem.


Mas afinal quem é este Ryan Adams? Assim, sem consultar nenhuma Wikipédia ou algo do género vou escrever do que me lembro sobre este petiz. Ryan tem agora uns 30 anos, nasceu na Carolina do Norte e foi criado pela sua avó materna, quando tinha 16 anos e completado o 10º ano decidiu que a escola já não lhe oferecia nada de positivo e que iria enveredar por uma carreira musical. Destacou-se no panorama musical lá da terrinha em que vivia, mais tarde decidiu partir para Nova York onde esperava encontrar mais opurtunidades para singrar no mundo da música. E tanta era a sua vontade que conseguiu, neste momento é um brilhante compor de canções e um grande interprete, apesar de como o próprio o diz : "Fumar droga anda a estragar-me a voz." Faz-me lembrar um Dylan nos tempos de juventude, é um cantor Folk que não tem o reconhecimento que merecia.


Canções como "My Sweet Carolina", "To be the One", "Desire" são músicas de grande qualidade, que qualquer fã de boa música deve de apreciar. Aconselho-vos vivamente a ouvirem as suas músicas, porque valem mesmo muito a pena, no YouTube encontram-se ás carragadas. Agora se me permitem vou descançar e alimentar o cansaço, só são dois dias de descanço, um derby e não mais que umas quantas horas, apenas 48, demasiado pouco. Mentalizar-me com a mágica terra da Carolina do Ryan até adormecer, não peço nada melhor.

Wednesday, April 25, 2007

25 de Abril


O 25 de Abril foi uma das manifestações politicas mais importantes na Europa no século XX. Em tudo foi perfeito, e nos Portugueses, fomos homens suficientes para não criar a inevitável guerra pós-revolução. Sem o 25 de Abril não tinha este blog, não podia escrever o que me apetecia, nenhum de nós podia contrariar o Estado, eramos todos ovelhas sossegadas observadas do alto do monte pelo cajado impenatrável do pastor. O pastor foi deposto, e numa analogia semelhante ao do "Tríunfo dos Porcos" de Orwell os animais conseguiram depor os humanos.

Tuesday, April 24, 2007

Post Nº. 100#

É o post número 100, podem não conseguir ver, mas aqui no meu quarto está metade da vizinhança, o tecto cheio de balões coloridos, confetis e chapeuzinhos bicudos fazem parte da atmosfera do quarto. Mas, afinal o que se escreve no post 100? Afinal, nada. Escrevemos apenas meia dúzia de linhas a mandar bitaites para o ar e dizer o que significa este post "mítico" do 100. Para mim? Absolutamente nada, mais um número, mais um post que inevitávelmente estava no meu caminho a partir do momento em que comecei com isto. Nada mais, este é o centésimo post deste blog...

Sunday, April 22, 2007

Vale pelo que é

Um texto sem nada em concreto, mas faz parte de uma ideia mais que concreta e espero que seja o principio. Não esperem um texto de principio e fim, porque este é apenas o inicio.

"A sala ganhava uma atmosfera pouco acolhedora, intimidava que nem conhece-se os cantos á casa. Não era mais do que a reflexão da casa, também esta gasta pelo tempo, o pequeno jardim estava mal cuidado e não fixava olhares, no meio do jardim surgia um carreiro de cimento, rude e com um mau acabamento, dava para a porta de entrada, mal envernizada, a maçaneta despromovida de todo o acabemento dourado que em tempos teve. Não mais que quatro janelas, três delas plenamente uniforme, só uma, no primeiro andar do lado esquerdo entrava pela parede fora, uma descrepância que dava algum toque de classe, a parede exterior coberta por pequenos rectângulos de azuleijo vermelho, que podia fácilmente ser confundido com áspero tijolo. A casa interiormente parou no tempo em que foi vendida, comprada com os moveis e nada foi mudado, um papel de parede horrendo cobria todas as superficies verticais, pareciam em tempo serem flores, agora eram umas sombras pálidas e sem grande cor, manchas e sujidade cobria aqui e ali o mesmo papel. A cozinha era uma imundice pegada, os pratos desde que comprados com a casa nunca devem de ter sido lavados e como tal amontoavam-se, criavam pilhas de sujidade, no lavatório era frequente encontrarem-se baratas e insectos que tais. A sala também no primeiro andar era constituida por pesados móveis, sofás cobertos por lençois sujos, uma rude mesa de café encontrava-se no centro da sala rodeada pelos tais sofás, com um napron um dia branco, fotografias com retratos de pessoas desconhecidas eram vultos sobre o pano, -estas fotografias constituiam uma parte importante da sala, desde a tal mesa de café, e pela lareira elas lá se encontravam, eram pessoas desconhecidas, talvez os antigos proprietários da casa ou simplesmente pessoas que foram ali parar não sabendo muito bem como, - o televisor já demasiado velho para funcionar na perfeição não transmitia nenhum canal porque não se encontrava ligado a nada que permitisse tal efeito. O chão, de alcatifa, que cobria o rés do chão era absolutamente repugnante, apesar da velhota que lhe vendeu a casa se ter esforçado para tirar a sujidade não conseguio, apenas disfarçou, porque era visivel em alguns lugares pontos da alcatifa as manchas de vomitos e outras manifestações naturais demasiado repugnantes.

O primeiro andar era algo diferente, bastante mais pequeno, apenas com um quarto interior, uma casa de banho que tal como a cozinha era um local pouco desejável de se estar e um pequeno escritório do qual a maior janela fazia parte. Era uma casa feia, em que fora por demasiados anos o local de vida de um casal de idosos, quando ele faleceu a velhota decidiu vender a casa e com as poupanças que conseguiram amealhar ao longo da vida conjunta internou-se num lar da terceira idade. Não tinha esperanças que alguém a compra-se, porque apesar de a ter limpo e tentado dar-lhe um ar mais amigável continuava a ser uma casa estilo vitoriana horrivel. "

Friday, April 20, 2007

The Simpsons, 20 anos...


Os Simpsons fizeram ontem 20 anos desde o primeiro programa, uma série de culto que marcou toda uma fase da televisão, sendo um programa incontornável quando se fala de televisão. Inspirou muitos outros realizadores do género como Seth MacFarlane - criador de "American Dad" e "Family Guy" e criticou outros, como o recém falecido criador dos "Flinstones". Todas as personagens desde Homer ao malévolo Mr. Burns fizeram e continuam a fazer parte do imaginário de milhões de pessoas pelo mundo fora, surpreendo-me qual o país em que a série não é transmitida.

Já foi há muito tempo, 20 anos, que a série foi criada por Matt Groening, obviamente que as personagens inicialmente eram algo, digamos, estranhas. Mas o tempo faz maravilhas ás pessoas, Homer Simpson com mais 20 anos até tem mais cabelo que inicialmente, a felicidade nos desenhos animados é que estes não evelhecem, Bart terá sempre 9 anos e Marge nunca ficará com o cabelo branco. Porque se também nesse mundo o tempo passa-se teriamos que acrescentar mais 2o anos, ou seja, Homer com 60 anos já estaria na reforma devido a acidentes no trabalho, ( mais concretamente trombose por se ter engasgado com um Donuts ), Marge estaria na meia-idade a fazer o que de melhor faz: limpar e gritar com Homer, Lisa com 27 anos estaria em alguma universidade e continuava sem amigos, Bart provavelmente tinha a sua própria empresa de demolição de edificios, Maggie...que dizer, talvez continua-se com a chupeta na boca. Quando a série foi comprada pela FOX duvido que algum dia Matt, Sam Simon e James Brooks tivessem a ideia de que a série tivesse pela frente 20 anos sem parar, são os Simpsons.

São os melhores desenhos animados de sempre, porque...são os Simpsons!!



Thursday, April 19, 2007

No holds to stop




Todos os dias, enquanto lavo os dentes antes de me ir deitar, ou quando rebolo na cama á procura da posição mais confortável para adormecer, uma ideia muito furtuita passa pelo meu cérebro e segreda-me: "Hoje foi um dia bom ou mau".


Hoje não vou saber responder, fui um dia em que se sobe e desce constatantemente as mesmas escadas que não têm destino.


Local do crime: Virginia


Este foi o assassino, que há três dias matou 33 pessoas, porque ao que parece sofria de disturbios mentais. Pah, a gaija não gostava de ti? Eras gozado na escola por esse teu ar de "nerd"? Tinhas poucos amigos? Isso acontece a todos, e de uma maneira ou de outra temos que nos desenrascar e darmos a volta á situação, fugir não é solução e matar inocentes muito menos. Eu já fui gozado e todos vocês que lêem isto também e não é por isso que matamos aqueles que fazem isso, á mais soluções na vida. Isto acontece nos E.U.A tão frequentemente pelo simples motivo de que qualquer individuo com mais de 18 anos acede a munições no supermercado e pode ter licença e porte de arma com a maior das facilidades. Os conservadores consideram que são preciso armas para nos defendermos, aí está o resultado...

Sunday, April 15, 2007

Felicidade, onde?

Há certos dias que até nos correm mal, mas de um momento para o outro isso altera-se. Normalmente é um simples gesto, ou uma frase que alguém diz. Ontem estava eu embrenhado aqui no computador a tentar encontrar algo de minimanente interessante, enquanto a minha vizinha de 3 anos destroía-me o quarto.
Andava entretida a saltar em cima da cama e distribuir quadradinhos de papel branco ao ar.
Eu não pude evitar e comecei a rir-me, ela olhou muito séria para mim e de repente desmanchou-se também a rir.
Passou-lhe o riso, e a mim também, continuou a riscar uma folha em branca e a entregar os quadradinhos, desta vez a mim. Não lhe prestava muita atenção.
Se espera-se o momento não teria valor, mas como continuei na minha labuta electrónica por algo decente, ela surpreendeu-me.
- Sabes uma coisa João, tu és uma pessoa muito feliz. Toma! -, e deu-me um quadradinho de papel branco todo riscado.
Naquele momento não pude evitar de ser feliz...

( Hoje era capaz de passar o resto do dia a escrever estas coisinhas.... )

Contagens em revista

Eu ás vezes, quando não tenho mesmo mais nadinha para fazer começo a interrogar-me sobre a vida. No outro dia lembrei-me que tenho um contador correspondente aos custos da guerra no Iraque no blog, nunca ninguém lhe deu muita atenção, pois não? Desde o inicio de 2003 já morreram 3000 soldados americanos, 600.000 cidadãos iraquianos, já foram gastos 417.469.705.720 dolares. Grande número, hein?! E hoje o Presidente Bush afirma que vai vetar a lei do Senado, aquela que rejeitou o aumento do financiamento para as frentes do Iraque e do Afeganistão. Tudo porque este menino, ainda considera que se gastou pouco dinheiro e poucas pessoas morreram. Isto já não vos chateia um bocado, se calhar esta é a hora da retirada, por muito que magoe os cowboys... Já chega de tantos números, de tantos mortos e é tempo de dar descanço ao meu contador. A hora da retirada já foi, mas ainda se vai a tempo...

Wednesday, April 11, 2007

Espelhos distorcidos

"8.15
Metro de Nova York

Estava um dia cinzento, as nuvens pintavam os céus recortados pelos prédios, vive-se na sombra, mas hoje toda a cidade não era mais que uma mancha de sombra gigante. As ruas, como é normal a qualquer hora do dia encontra-se cheia de pessoas de todos os géneros, correctores financeiros, homens de negócio, desde os mais altos cargos em empresas que dominam o mundo até varredores de rua e empregados de café, é assim que os passeios de N.Y. são pintados. No esfalto, a separar os dois passeios, filas intermináveis de carros, táxis e limusines matutinas, apesar de ainda estar a começar o dia, a cidade vibra de frenetismo, todos parecem ter bebido tanto café até não saberem o que pensar, apenas guiados pelos sapatos dirigem-se cada um até ao seu caminho. É assim que Nova York vive, todos os dias, sem excepção, ao contrário da sua irmã mais velha do outro lado do oceano, a pequena cidade de York.

Se algum dia estiver em Nova York não se admire ao pensar, que toda a cidade teve a mesma ideia que você, porque realmente estiveram, uma cidade sobrelotada, em que todos pensam da mesma forma, por exclusão de partes. Quer estejamos á espera dum táxi, ou na estação de metro dezenas de pessoas também lá estão, se temos a ideia de tomar café outras dezenas também o tiveram, e por consequência as filas são inevitáveis. Não vivi muito tempo em Nova York, apenas o suficiente para me aperceber da vida desta cidade, o único momento em estamos sozinho sem ninguém por perto é em casa. Pouco importa se é nas filas, no metro e raras as vezes nos elevadores, em que vamos a respirar o ar de outra pessoa, um sufoco, mas acabamos por nos habituar. No meio de tanto pensamento não pensado, mas puramente impulsionado sucede que não reparamos no que tem verdadeira beleza, porque simplesmente tentamos sobreviver e sermos mais rápidos que os outros.

Num certo dia, sem poder confirmar uma data precisa, fiz uma viagem a Boston. Nesta mesma cidade, as pessoas comportavam-se da mesma forma, ia a caminho do Symphony Hall de Boston para preparar um concerto, e tive uma ideia sem saber de onde tinha aparecido, - uma daquelas ideias que não surgem todos os dias e daí a sua beleza -, podia ver que nenhuma das pessoas no comboio do metro olhava umas para as outras, não olhavam para a cara, não se interessavam pelo ambiente que os rodeava. Decidi nesse momento fazer uma experiência mal chega-se a Nova York de novo.

Quando voltei á "grande maçã" pus o meu plano em prática, as 8:15, plena hora de ponta, em vez de me dirigir para a editora decidi criar um pequeno contra-tempo. Na mesma estação de habitual do meu embarque, encostei-me a uma das paredes, ao fundo das escadas, abri a caixa do violino, retirei-o, deixei a caixa aberta para ver se alguém se oferecia a depositar uma moeda a um pobre violinista sem sucesso, que a sorte lhe ditou as estações de metro. Comecei a tocar, ninguém deu grande atenção, á excepção das crianças, essa foram as únicas, agarravam os casacos dos pais a pedir para ficarem ali a ouvir, mas os pedidos eram redundantes, ninguém lhes concedia aquele desejo. Toquei até meio da manhã, por volta das 10 e pouco. Quando terminei foi impossivel não soltar uma gargalhada de riso, com uma camisa aberta a mostrar a t-shirt branca, um boné na cabeça e calças de ganga e sapatilhas dignas de qualquer adolescente consegui amealhar umas quantas moedas, as suficiêntes para tomar um café, com essa mesma roupa e com um violino não fiz mais que dois dólares. Pouco, demasiado pouco.

Três dias antes no Symphony Hall de Boston, actuei perante 4 mil pessoas, com o mesmo Stradivarius de 1713 - que vale 3,5 milhões de dólares- com que actuei na estação de metro. Toquei as mesmas músicas que tinha tocado em Boston, mas ao contrário ninguém me bateu palmas, nem pagaram por cadeira 250 dólares, porque no fundo era apenas um puto a tocar violino. Três dias separam três das mais belas sinfonias em violino de umas músicas vulgares sem qualquer valor, apenas as mudei de ambiente e só os mais novos as reconheceram. Quantos passaram por ali e a tinham ouvido três dias antes e pensaram: "Magnifico! Eu adoro este violinista", mais tarde nem atenção deram, porque era apenas um puto sem emprego a tentar ganhar dinheiro. Hoje em dia as pessoas só dão valor ao que estiver dentro do meio e ao aspecto, se retirarem um quadro da Mona Lisa do Louvre, e o espetarem numa parede de restaurante, ninguém irá reconhecer, porque é mais uma daquelas imitações mal feitas. As sinfonias que toquei são o mesmo, dentro de uma casa de música são fantásticas, numa estação de metro apenas notas sem conecção.

Meus amigos prestem mais atenção ao vosso ambiente circundante, não se deixem ser induzidos em erros pelo senso comum que todos temos, diante do vosso nariz pode estar algo que sempre pretenderam, mas como não está escrito em letras garrafais ( ou ninguém pede 200 mocas para entrar ) não significa, que não é aquilo de que sempre estiveram á espera. A vida escreve-se direito, mas por linhas tortas, raramente temos aquilo que queremos exactamente desse modo, mas basta estar um pouco mais atento, que está lá"

Este texto é inspirado numa situação semelhante que se sucedeu no metro de Nova York com o violinista Joshua Bell, adaptei-a, claro está e acrescentei alguma magia. A verdadeira história encontra-se aqui.

Monday, April 09, 2007

A light with the shadows


"A maioria dos seres humanos têm uma capacidade infinita de não dar valor ao que tem."

Aldous Huxley

Friday, April 06, 2007

Pensamentos, não são 17, mas há muito que ler ( ou viver )

Faço hoje 17 anos, sim apenas 17 tendo em vista o que um ser humano vive, mas em memórias e recordações bem mais do que poderia ter imaginado. Parece-me que foi há muito tempo que brincava com o meu avô no parque ao fundo da rua, sinto que foi á muitos anos a primeira vez que entrei para o Colégio das freiras e sem dúvida que saí de lá também há muitos anos, os suficientes para amealhar umas quantas memórias, as memórias, que já não muito nitídas encobertas em camadas de nevoeiro. Apesar de ter vivido tanto, ou tão pouco, - dependendo da perspectiva- posso dizer que me lembro de infindáveis momentos, não tenho díficuldade em me relembrar do dia em que vi a minha irmã pela primeira vez, tinha uns 3 anos, mas ainda hoje me lembro, tão pouco tempo e tantas e tantas recordações, que parecem infindáveis e que pela lógica terão que ser apagadas para darem azo a outras.

-----------------------
Já aprendi muitos ensinamentos em 17 anos, uns saíram mal entraram, outros hoje ainda lá permanecem. Mas, se existiu algo que aprende-se com a vida, foi a ter gosto por escrever e a sorrir, únicamente a sorrir, seja porque motivo for. Ninguém me ensinou, apenas aprendi, e agora é como uma filosofia de vida, rio nas situações mais desconfortáveis, quando estou pior e quando estou melhor. Rio, porque em 17 anos aprendi que ao contrário das lágrimas o sorriso só nos fortalece. Nestes 17 anos tive um episódio particularmente marcante, ainda há bem pouco tempo, 21 de Novembro, pontapeei os sofás, chorei e continha uma raiva desmedida dentro de mim, estava perante aquilo a que nenhum ser humano tem a capacidade de passar imune, á morte. Contudo, quando o mundo está contra nós, quando a esperança do que mais gostamos desapareceu tive que me rir, um sorriso ou algo com um esboço de tal semelhança que confundi. Agora ao escrever o texto tenho que me rir, para evitar as lágrimas.

-----------
Este ano foi diferente, não disse a ninguém que fazia anos, porque seriamente que felicidade posso ter em receber um "Olá, Parabéns!" forçado e arrancado a arames? Nenhum, não digo que só aqueles que se lembram desta data é que eu significo algo para elas, logicamente há excepções, mas na maioria dos casos é verdade. Recebi umas quatro ou cinco felicitações, de quem queria e esperava receber já estão entregues. Em 17 anos não sou pessoa de grandes amigos, tenho poucos e nem todos se podem considerar tal, apenas uns dois ou três.

-----------------
Dedico-me hoje, mais do que em qualquer outra época da minha vida, a escrever e a ler, só eu e a minha turma sabemos os sacrilégios que proferi contra a professora de Português por esta me cortar palavras ás frases, "Quem sabe o que a frase quer dizer sou eu, não tem qualquer direito em modificar aquilo que escrevi". Foi isto que disse de Setembro para cá. Afasto-me das tendências, tentei arcar com o que é a sub-cultura do saber. Gosto de fazer as minhas merdices, já se sabe, mas poucas coisas neste mundo me dão mais prazer do que chegar ás últimas páginas de um livro. Ultimamente deu-me para escrever sobre politica, enfim, pouco ou nada sei deste assunto mas gosto de mandar a minha opinião. No fundo eu tenho opinião sobre tudo, se não tenho invento, fui obrigado, quantas e quantas vezes nas aulas de Filosofia eu falava com a minha colega de mesa, bem simpática diga-se, e a prof. gostava de surpreender o melhor aluno da disciplina e espetar-lhe alí um sermão de quais as atitudes a ter e a não ter na vida fora do senso comum. Eu muito estupidamente, desenrascava-me, inventava citações de filósofos, destorcia a realidade a meu próprio prazer e dava voltas e voltas até já estar com a língua seca de tanto falar, ( poucas não eram as vezes que me encontrava em contradição, mas como ninguém notava também não dizia nada ). Ainda hoje o faço, perguntem-me qual a minha opinião sobre a Teoria Metafisica de Kafka que espera-vos umas quantas páginas de um universo criado por mim. Se tenho talento para alguma coisa, é mesmo para isto.

------------
Tento não me lembrar do que pensava e do que fiz de errado quando fui mais novo, se há lição a tirar da vida é a não repetir os erros do passado, mas também não é menos verdade se disser que se tivesse opurtunidade de mudar os meus erros não o faria, só dessa forma no futuro os evitarei, com os erros ganha-se a mais importante lição da vida.
Agora não peço muito mais, apenas o que peço desde sempre, aquilo que peço de mim para mim, porque se há algo que tenho mais orgulho na minha existência é a minha atitude para com os outros e para com a vida, não é perfeita mas é única, algo em falta no mundo de hoje.

-----------
Isto não são mais que pensamentos, sem sentido de conecção, tão desordenados como eu levo a vida, com os mesmos erros ortográficos como aqueles que preenchem a minha vida, por isso não se admirem de verem algo deslocado do lugar. Desordenamente e ao sabor de marés e ritmos é a minha vida.

Um abraço a todos

Tuesday, April 03, 2007

Realidades....

Hoje vi um excelente filme, primeira ida ao cinema desde á muito tempo, felizmente não saí de lá desiludido. "O Último Rei da Escócia" é um filme muito bem feito, tanto a nível de argumento como de realização. Contudo, o que penso ser o mais marcante no filme foi o carácter politico em que as personagens se embrenham, como é sabido sempre que existe um golpe de estado, esse revolucionário passa a ser um ditador e passa a gostar tanto de liberdade de escolha como gostava da liberdade antes do poder. Foi isto que se passou no Uganda, mas não só, em dezenas de países de África foi isto que aconteceu, sem tirar nem pôr. Guerrilheiros que do dia para a noite se tornam em senhores de um país, instauram a ditadura, apodrecem no seu cadeirão á espera de serem depostos e assim sucessivamente. É a vida de um ditador, normalmente curta, noutros casos um pouco mais prolongada.

Jean-Pierre Bemba é para a grande maioria um nome que não significa absolutamente nada, é um caso algo diferente de Idi Amin, um esteve no poder, o outro não teve hipótese de chegar ao trono. O grande problema destas ditaduras africanas é que a finalidade é só e apenas uma: ver os números da conta privada crescerem. África, terra de recursos inesgotáveis, onde tanto se pode ter tudo, como se pode não ter nada, desde palácios com torneiras em ouro até morrer á fome. Hoje as realidades vividas nos dois países são diferentes, ambos vêm de um passado governado por ditadores, Amin para o caso do Uganda e Mobuto para o Zaire ( ou Républica Democrática do Congo ). As guerras cívis são inevitáveis e certos países não conhecem á paz desde há muito tempo, este é o caso do Congo, Bemba resolve criar as suas milícias para ir melhor protegido para as Presidênciais, perde e não se contenta, fomenta o ódio, a aniquilação dos opositores.

O caso do Congo resolve-se agora por traços finos e díficeis de sustentar, Bemba está neutralizado e prepara-se para ser exportado para Portugal, irá viver na sua residência na Quinta do Lago, no Algarve. Não me compete a mim afirmar seja o que for, quer vir para cá as portas estão abertas, só tenho pena do facto que irá ter uma boa vida, ao contrário dos congolenses sem hipótese de saírem do país. Africa é um país demasiado rico, os países são demasiado grandes para serem dominados por um só homem e o sistema tribal ainda é usado. Demasiado sofrimento para um só continente, ficaram com a sina traçada a partir do momento em que dobramos o Cabo Bojador. Proclamam a vitória de um país, mas verdadeiramente o único vencedor de todas as tramas é quem está lá em cima, quem é imune e que nunca será alcançado pelo inimigo. Mobuto, Mugabe, José Eduardo dos Santos, Idi Amin,.... e a lista continua, será que algum dia terá fim? Porque com estes nomes está relacionado tudo de errado que existe numa sociedade, numa humanidade, onde alguns podem viver tão bem e outros no limiar da sobrevivência.

Sunday, April 01, 2007

Leigo


Eu sou um daqueles gajos que tem um computador, está com ele todos os dias mas no entanto só lhe conhece o design. Nunca me interessei muito por informática, e nas conversas de amigos em que surge a temática dos computadores, saío dali disparado e vou falar com alguma amiga jeitosa que esteja pelas redondezas. Mas isto de não se perceber patavina de computadores tem as suas desvantagens, casos frequentes é quando me dirijo á loja de informática, ou a net deixa de dar. Obviamente que faço logo uma grande figura de otário. Só para demonstrar toda a minha estupidez em placas gráficas, memórias RAMS e todo esse complexo sistema de cabos e contra-cabos, vou citar aqui um episódio veridico que me aconteceu á coisa de seis meses:
"Cheguei a casa, numa quinta, eram seis e meia da tarde, vou até ao meu quarto para ligar o pc e algo de estranho acontece: a luz, normalmente verde, fica vermelha, um sonoro bip saí das profundezas do computador e o ecrã negro só a dizer: ERROR, ERROR!!. E não me saía disto, enfim, um contra-tempo que gostaria de ter evitado. Com toda a minha genialidade em termos informáticos comecei a carregar em botões do teclado, em todos desde o enter, ao "destroí tudo" ctrl+alt+delete. Mas nada, estava realmente fodido, porque a disponibilidade de ter que dar umas valentes sessenta mocas parra resolver o problema não era muito apelativo.
Dirijo-me á loja do fundo da rua, tira os cabos todos e lá desço eu rua abaixo com o canhão por baixo do braço. Entro na loja, um outro sonoro bip é emitido quando passo por baixo da portada. O individuo que já conhecia ,por ambos irmos buscar o pão ao café do lado á mesma hora, inicia o diálogo:
-Boa tarde!
-´Tarde.
-Então qual é o problema?
-Pah, foi assim, eu chego a casa, tento ligar o pc e ele começa a emitir um som estridente. Não sei o que possa ser, e fica com o ecrã todo preto. Parece uma bomba a rebentar!
-Ahh, ok, eu já lhe vejo o problema, mas diga-me só alguns dados relativos á máquina, se faz favor. Mémoria RAM?
-Acho que 60 gigas...
-Não, queria dizer mémoria RAM, não memória interna...
-Hmmm, tenho isso lá nos papeis, mas assim de cor não sei. - ( primeira desculpa esfarrapada )
-Pois...E placas gráfica quanto é que suporta?
-Não sei dizer, não faço a mínima...
-A ligação á internet é feita através de que formato?
-Hein?
-USB ou em rede?
-Ahhh, em rede sim...
-Faz actualizações do anti-virus e espiões com que frequência?
-Não tenho a certeza, mas raramemte mesmo...
-Quantas vezes por dia corre o anti-virus?
-Desculpa? Dia? Não, eu é mais de dois em dois meses.
-Pois, parece-me que temos o problema resolvido. Bem, o serviço fica pronto na segunda.
-Segunda? Mas, eu estou de férias, e....quer dizer,.... agora é fim de semana, o meu organismo precisa de horas á frente do ecrã para sobreviver.
-Eu sei, mas antes de segunda nada feito."
Estupido? Eu sei que é, podia correr um anti-virus todos os dias, ou até todas as semanas, mas quando desligo o sono já é tanto, que nem vontade para tal existe. A moral é mesmo esta, se pensam que não pescam nada de informática, lembrem-se que existe sempre alguém que consegue perceber menos, - excepto no meu caso -. Isto surgiu-me porque aqui há dias fui obrigado a visitar uma superficie comercial, no meio de todo aquele tédio vi um portátil que me pareceu o Deus dos computadores, - provavelmente é mesmo uma boa bosta, mas enfim -. Leigo como sou nestes termos, fiquei encantado com a máquina. No panfleto estava ostentado uns "2000 euros" e em cima estava escrito "HP Pavilion DV". Portanto já sabem, estou a fazer anos, se me querem ofecerer alguma coisa e não têm onde estourar o dinheiro, acho que encontraram um bom motivo para darem uma prenda, no mínimo digamos, generosa!