Monday, January 29, 2007

São muito sensiveis



Já não há mesmo ninguém que ature estes muçulmanos.
Alguém me poderá dizer a partir de que momento é que os muçulmanos começaram a ser tão sensiveis?! Se calhar os estereotipos existem, por alguma razão, aqui fica para os adoradores do Islão pensarem um bocadinho.

Tuesday, January 23, 2007

Vozes de espelho

Estava frio, uma manhã de nevoeiro, que transformava os altos e frondosos plátanos em nada mais que sombras. No centro da praça, encontrava-se como sempre uma estátua ladeada por todos os lados por um espelho de água. Hoje, tal era o frio, os repuxos á volta da estátua não corriam. A água tinha gelado nos canos, ouviu o senhor ao lado dizer. Penso que ele ainda se perguntava qual teria sido a sua verdadeira razão, para ter acordado tão cedo e ter que se deparar com um cenário gélido como aquele. Contudo, o ambiente vivido para cá das paredes de vidro era algo diferente, o ar condicionado não tinha descanço e sistemáticamente bombeava carradas de ar quente para o café. Podia-se dizer que era um local agradável para se estar. Normalmente aquela hora da manhã a praça é um local movimentado, hoje poucas são as pessoas que se aventuram em tal local inóspito e pouco convidativo. As que caminhavam lá fora, encolhiam-se sobre si, tentando criar na vaga esperança um pouco de calor, como era óbvio o calor que criavam sobre si era logo expelido e fundia-se com o nevoeiro, criava assim uma outra nuvem para além do nevoeiro. Ajudava a tornar o ar mais espesso e menos visivel. Estas mesmas pessoas que caminhavam lá fora, ou a sombra delas, chegava a um certo ponto e desapareciam. Ainda se conseguia ver nitidamente os varões a meio do passeio, mesmo em frente ao pricipal portão da praça, agora escancaradamente aberto, por esses varões as pessoas enterravam-se no chão sempre muito a direito até terem desaparecido no sub-terrâneo.

Conheço bem Slobodan Vjele, sabia que ao olhar para aquele espectáculo pouco chamativo ele tentava ganhar coragem, para se aventurar naquele deserto humano. Já tinham ido dois cigarros e se uma ponta de coragem não aparece-se tornava-se quase irrecusável a matança de outra mortalha de tabaco. Passados alguns cinco minutos Vjele tinha acabado de fumar o terceiro cigarro, torneou melhor o cachecol á volta do pescoço, ageitou o espesso sobretudo para que lhe ficasse tal armadura contra o ar gélido. Foi subindo os degraus, abriu a porta que dava acesso á rua e tal como instinto foi obrigado a dizer:
-´Dasse lá para este país.
Começou a caminhar em largas passadas rumo á Rua da Constituição, virou a esquina e não prestava grande atenção ao que se passava á sua volta. Concentrava-se no chão, seguia as linhas marcadas no cimento e perguntava-se a ele próprio que delirio lhe tinha dado quando escolhera Portugal como país de emigração. Contudo Slobodan não era como a maioria dos seus colegas dos balcãs, Slobodan tinha posses era analista de relações internacionais que tinha sido mandado pela embaixada da Sérvia, nos tempos livres escrevia e na sua conta pessoal já contava com um número considerável de best-sellers na Europa. Como era lógico dava mais tempo á escrita do que ás relações da Sérvia com este país do Atlântico norte.

Chegou a casa, a mulher e a sua criânça ainda dormiam em paz e ele como era seu hábito acendeu mais um cigarro, aterrou de seguida no sofá da sala, estendeu as pernas em cima da mesa de vidro, já por si suficientemente carregada de revistas e rabiscos do filho. Ainda era cedo e não tinha muito que fazer, pensou que talvez fosse uma ideia interessante se começasse a escrever um e-mail ao consulado Sérvio, Belgrado a esta hora já á muito que estava acordado e com certeza que o espirito citadino corria nas veias da cidade. Começou a digitar as letras, uma a uma iam surgindo no ecrã, não conseguio escrever muito, deixou-se caír para trás no cadeirão de pele, adormeceu. Não era preciso Slobodan dizer-me, mas tanto eu como ele sabiamos que o seu casamento estava por um fio, talvez só ainda se mantive-se casado devido ao amor incondicional que os pais têm pelos filhos, pensava que o seu filho não merecia uma separação tão cedo. Tinha passado a noite fora de casa, segui-o para onde quer que ele tenha ido, viu a entrar em todos os becos da cidade, viu a satisfazer os prazeres carnais com umas quantas prostitutas e pela calada da noite esgueirava-se dos quartos com o seu ar de muito senhor. Posso dizer que sempre gostei dele, desde que o conheço. O seu metro e noventa são deveras impressionantes e por baixo de todo aquele porte atlético de fazer inveja a muitos atlétas profissionais escondia-se uma personalidade igualmente merecedora de respeito. Não que tenha muito mais a dizer sobre Vjele, pode ser que vos mantenha ao corrente da vida dele, se assim for o vosso desejo

They´re fucking back!!


They are Fucking back!!! They are back! É verdade os Rage Against the Machine estão de volta e com tornee já anunciada!! Não acreditam? Então cliquem nos links aqui ao lado e visitem o seu site oficial. Rage Against is back!

Monday, January 22, 2007

Livro do mês - O Vendedor de Passados


"O Vendedor de Passados" é um livro em que facilmente nos misturamos entre a realidade e a ficção criada por José Eduardo Agualusa. Não é dos meus livros preferidos e não foi um livro que me tivesse prendido ás suas páginas, mas por eu não gostar não significa que não é bom, pelo contrário é um livro muito bom. O facto por eu não ter apreciado muito a sua leitura é bastante simples, Agualusa é um escritor angolona a residir em Luanda e este livro é fundamentalmente uma crítica á sociedade angolana. Como é obvio eu não tenho conhecimentos aprofundados sobre esta sociedade e algumas passagens que deveriam de ser mais marcantes, por esse facto, não o foram.

Torna-se um livro em que somos constantemente interpelados pelo ambiente místico e tropical do livro e por entre esta realidade surge-nos o mundo de fantasia que foi criado. Uma osga que já foi humana, um mendigo comunista completamente tresloucado, um estrangeiro que de um momento para o outro pensa ser angolano de gema e um albino que re-cria os passados. Como qualquer outra profissão ligada ao comércio também Felix Ventura vende um produto, o passado. Qualquer pessoa com posses monetárias podia pedir a Felix - o albino - para que este lhe cria-se um passado, os clientes quando vêem o seu passado modificado transformam-se em novas pessoas. Acreditam piamente que assim foram em toda a sua vida e as mudanças no comportamento são óbvias. Um daqueles livros que nos dá a entender mais um pouco da vida.

A osga que já foi um humano? Essa fica para quem comprar o livro, pois com todas as certezas que não querem o livro estragado. Para mim nada de especial, mas mesmo assim um bom livro.

Saturday, January 20, 2007

Um dos para 07


Se me é permitido pedir um desejo para este ano gostaria de expressar aqui a grande vontade que tenho em que uma certa banda britânica actue em solo português. Não poderia estar a falar senão dos incontornáveis Iron Maiden. Estive para ir assistir ao concerto de 2005 no Pavilhão Atlêntico, em Agosto do ano passado tive uma grande desilusão: Eddie e os Maiden não puseram Portugal na lista do seu tour mundial. Igual desilusão tive quando em 2004 no Rock in Rio me espetaram com os Metallica como cabeças de cartaz e não com Harris e os restantes. ( Não tenho absolutamente nada contra a genialidade musical dos Metallica, mas dessa vez esperei os Maiden ). Em 2006 o RIR nem sequer teve um dia de música metal teve e logo pareceu-me obvio que ir ver Maiden era uma vez mais uma miragem.
Por isso apelo, alguém me traga cá os Maiden este ano, não seria pedir muito e mais umas centenas de cidadãos iriam ficar felizes. I.M. em Portugal? Não pode ser miragem desta vez!

Tuesday, January 16, 2007

Estes jovens...

Bem, como posso eu começar com isto? Torna-se complicado, porque eu ainda pertenço um bocadinho ao tema aqui tratado. Mas vamos lá.
A pouco menos de uma hora ouvi no telejornal, - sim, eu vejo o telejornal -, que os senhores ministros e respectivos secretários da juventude e educação querem que a partir de agora, os petizes deste nosso Portugal tenham até a 8º ano, professores únicos para todas as disciplinas. Para não começar já a chamar de idiotas e bestas a todos os portugueses que estão á frente deste governo, tenho que admitir que fiquei perplexo e com uma vontade de rir extrema. Quase tão grande como quando ouvi do caso do "Mascarilha" de Sines, mas isso é outra história.

Ora então o nosso governozinho de brincar já está a tratar de criar cursos para os efectivos das escolas começarem a dar as aulas aos meninos, a todas as disciplinas. Entre todas as tretas que um dos muitos secretários da ministra disse esta foi a melhor: que não se tratava de uma forma de reduzir o número de professores, mas sim de uma forma de não existir o choque a que as crianças portuguesas se deparam no 5º ano. Revelação! Os putos do 5º ano sofrem uma grande pressão e por vezes descargas emocionais por não estarem habituadas a "trabalhar" com vários professores. Para além desta ser uma desculpa apaneleirada, não é mais que uma desculpa para este governo mandar mais professores para a rua. Mas desculpem-me, esta dos putos ficarem traumatizados foi realmente do melhor, nós hoje estamos a criar uma geração de atadinhos que se lhes doi um dedo mandamos o menino ao hospital, se o menino se corta a fazer a barba corre o risco de se esvaír em sangue.

Em questão do governo já não me surpreende, já todos sabemos como estes senhores são, penso que nem vale a pena desperdiçar palavras com estes indivíduos. Mas esta dos meninos mereceu um texto dedicado exclusivamente aqui nos "Ases Perdidos". Como aqui á tempos aquela senhora de nome alemão e muito loira que escreve no Noticias Magazine disse: "nós, mães dos jovens de Portugal estamos a criar uma geração de atados que precisam de ajuda para tudo". Eu sei, também já sou da geração que foi criada á frente de uma televisão 24/7, mas se há algo que me orgulhe mais é da minha infância. Mas também o digo, andava todos os dias mais o meu avó 4 quilometros a pé só para ir para a escola e nunca me queixei que precisava de uma escola mais perto. Eu e muitos outros andavamos numa escola de freiras em que se erravamos uma conta levavamos um arraial de porrada que nos cagavamos todos, e surpreendentemente nunca aparecemos no Jornal Nacional a falar mal das freirinhas.

Quando passei para o quinto levei com uma data de professores e não tenho grandes traumas,( pelo menos a nível da escola ). Tinha uma freira, que ensinava matemática e quando chamava alguém para fazer uma conta de matemática ao quadro todos da turma se encolhiam e se tornavam muito pequeninos á beira daquela senhora. Eu tinha o azar de ser o número 15, ela adorava aquele número, e lá ia eu. Ia a tremer por todos os lados diga-se, pegava no giz e riscava o quadro a medo. Eu sempre fui um nabo a matemática, passava as aulas a desenhar letras dos Maiden na capa, e como normal em mais de metade das ocasiões errava a operação. E leva via eu eu a patorra da senhoraa descer na minha direcção até se estatelar na minha cara. E estou aqui vivo a contar isto.
Numa outra ocasião, eu e um colega meu tivemos uma brincadeira estupida, essa mesmissima freira topou-nos, dois para a dispensa. Eu safei-me e assisti todo a borrar-me á porrada que o meu colega levou, e eu a rezar á santinha que dava nome ao colégio para não ter a mesma sorte.

Foi assim que eu cresci, com uma boa educação em casa, com lei marcial na escola, nunca nos queixamos a ninguém e todos os dias temiamos a irmã Rosário, o nome dela, mas ninguém falava tal era o medo. Fomos para uma escola secundária como quem ia para uma frente de batalha que não conheciamos, adaptamo-nos e cá andamos. Agora não me vinham com tretas e mentirinhas sobre os meninos que sofrem choques muito grandes, tudo porque não estão preparados para levarem com tantos professores em cima. Se o que eu passei foi uma mariquice, nem vou vos roubar tempo a falar sobre o tempo do meu pai e avô. Aí é que me ia rir á grande.

Ainda há música metal

Hoje em dia existem poucas bandas da minha geração que eu aprecio-o, uma delas são os DragonForce. Banda de speed metal britânica, alucinam qualquer apreciador de guitarras com a velocidade e precisão com que tocam. Simplesmente surpreendente, esta banda vai ter futuro e não irá tardar muito para que os fãs de metal se apercebam do potêncial desta banda. Aconselhado, só um reparo, observem os solos de guitarras protagonizados pelo Herman Li e pelo outro guitarrista. Vale a pena!

Friday, January 12, 2007

Debaixo do pó do teclado

Hoje se me é permitido, irei escrever um texto para mim, porque isto de ter cuidado para com quem lê requere um certo trabalho e hoje só para quebrar essa rotina e também pela óbvia falta de ideias irá ser assim que vos vou presentear.

Eu ando nesta vida a fazer não sei muito bem o quê, quero as coisas, passado pouco tempo já estou farto delas e talvez a única coisa que me consegue prender com interesse, são os livros e meia dúzia de pessoas. Sim, eu não desprezo todas as pessoas que conheço, até sou um individuo simpático quando quero. Existem acontecimentos engraçados na nossa vida, uns que até são acasos dos destino, outros fazemos o que pensavamos estar correcta e o resultado final é algo completamente diferente. Quando acontece algo que eu não estava á espera, ou se calhar, até sabia que ia acontecer mas continuava a ignorar o que me esperava, eu rio, rio-me porque bem vista a situação muito pouco eu posso fazer para mudar. Destas situações de opções e escolhas que nós temos que enfrentar diáriamente é onde reside toda a ,mais ou menos, maravilhosa magia da vida. Aqui há uns tempos li uma citação de um autor norte-americano, penso que seria algo com isto: "Se eu hoje me perguntarem se eu me arrependo de alguma coisa, eu respondo que não. Para ser sincero gostaria de ter feito os mesmos erros, mas mais cedo".

Eu compreendo, com os erros tiram-se lições, com as lições aprende-se sempre alguma coisa, conclusão bastante óbvia: não se iriam repetir esses mesmos erros.

Há sempre algo que nos impele a seguir em frente, seja uma música, um livro, uma frase dita por alguém ou até mesmo a nossa força de vontade, o que na maioria dos casos parece ser inexistente. Seguimos exemplos na vida, quem o disser que não mente, porque temos sempre alguém para quem olhamos e admiramos, gostavamos de ser como eles e muitas das vezes tentamos ficar no lugar deles em determinada situação. É instintivo e natural do ser humano pensar desta maneira, eu próprio o faço, porque nenhum de nós é um deus que decide os acontecimentos sem terem repercussões. E por entre antros de filosofia ocultados e omissos da vida de tantos, vagueamos por este mundo, todos sem grandes objectivos, apenas na esperança de viver o próximo dia. No fundo de todos nós, alimentamos um ego e para que seja bem explicito, convém que este esteja ligeiramente inflamado, mesmo que sejam uns grunhos, porque na minha mais modesta opinião não existe nada pior do que alguém sem confiança.

Hoje estou numa de citações: "Aquele que habita sozinho, sem contacto humano ou é um génio ou um louco". Como parece bastante óbvio que nos dias que correm não existem génios, arrisco que existam uns quantos loucos por aí espalhados, que pensam serem muito grandes a mérito próprio. Felizmente, ao longo da minha vida consegui cruzar-me pelo caminho com pessoas em que posso confiar, umas nem tanto são apenas emplastros que nem grunhem nem mugem, mas existem outra que mantêm razoávelmente são esta pessoa que aqui vos escreve. Mas, hoje em dia as pessoas são de díficil confiança, consideramo-nos todos os maiores do mundo, e obviamente que assim não o é. Talvez se todos fossemos aparentemente cívicos esta pequena esfera tivesse uma órbita mais estável do que hoje em dia tem.

Ouço uma das melhores músicas de sempre, "Wish you were here", é das minhas preferidas e estará sempre ligada a uma pessoa que me apareceu na estrada da vida logo que nasci. Contudo, agora adequa-se a uma situação diferente, queria encontrar um tema para um texto e não encontrei, queria encontrar uma resposta da vida e encontrei-a. Pelo menos por enquanto, parece-me acertada.

Come back


Que saudades inimagináveis que eu tinha deste vídeo e desta música. Sabe bem ouvir outra vez e ser feliz por momentos.

Sunday, January 07, 2007

Esta é a justiça


Em Maio de 2003 os Estados Unidos conduziram a operação, Iraque Livre, passadas poucas semanas já a estátua do ex-ditador Saddam Hussein caí por terra. O povo iraquiano, xiitas e sunitas juntos gritavam e festejavam os primeiros momentos de liberdade desde 1979. A invasão iraquiana teve o condescimento da ONU, as tropas governamentais não ofereceram qualquer resistência, a maior parte da familia Hussein fugiu para a Jordânia, contudo Saddam continuou a monte. Em Agosto do mesmo ano já se via sinais de rebelião por parte da comunidade xiita, liderada por Moqtada Al-Sadr. Entretanto, sunitas refugiavam-se nas suas casas visto que o seu lider nõa dava sinais de vida, começaram a ser persiguidos por xiitas e pelo governo norte-americano. Viveram-se tempos de anarquia no Iraque, homens e carros bombas são algo habitual no quotidiano iraquiano, as cidade de Bassorá, Bagdade e a região curda são locais de grande actividade terrorista. Nurik- Al- Malik assume a presidência iraquiana, apoiado pelos movimentos xiitas iraquiano, não é mais do quem um fantoche nas mãos de Al-Sadr. Morrem civis, soldados estrangeiros, guarda cívil iraquiana, que no fundo são todos inocentes da loucura de uns quantos homens.

George W. Bush entretanto é re-eleito presidente americano, resultados duvidosos, mas ninguém contesta. As armas de destruição massiça nunca foram encontradas, o mundo e os americanos começam a perceber que afinal não foi mais do que uma estratégia para existirem receitas para as petroliferas americanas. Cerca de 200 inocentes morrem por semana, existem manifestações em tudo o mundo e G.W. Bush recusa a retirada de tropas de território iraquiano. Saddam Hussein é encontrado passados dois anos da invasão, o mundo americano não se contenta que em troca de milhares de mortes encontraram um homem claramente debilitado. Para o governo americano é uma vitória. De cada um dos lados, Bush e Moqtada Al-Sadr recrutam tropas e incitam á guerra, para se encontrar o caminho de libertação do mesmo povo. A guerra no Iraque é vista como um fiasco, antes das eleições para a Camâra dos Representantes Bush recusa a visão de uma derrota em solo arábico. Os Republicanos perdem pela primeira vez em 15 anos para os Democratas no Senado, Bush pondera uma nova medida para a situação no Iraque, nomeia novo secretário de estado para a defesa, após a demissão do incrédulo Donald Rumsfeld. Saddam é condenado á pena de morte, julgado num circo montado pela CIA e governo americano, apenas julgado por um dos seus inumeros crimes. É conhecido a nova estratégia para o Iraque, mais 40.000 soldados irão ser enviados para território iraquiano, juntado-se aos seus 3000 colegas já mortos, tudo pelo lunatismo de um homem.

Saddam Hussein, como era conhecido, foi morto num cenário lembrando alguma celebração muito macabra em Bagdad, data a semana passada. Este é um claro exemplo de como a estratégia para a guerra no Iraque não está a ser conduzida como supostamente é. A invasão no Iraque foi uma das maiores atrocidades cometidas neste inicio de século XXI, em menos de 4 anos contam-se 3000 mortos do lado americano, civis iraquianos são cerca de 600.000. Contudo, o governo americano e boa parte do mundo vê a morte de Saddam como sendo a justiça a trabalhar. Qual será a justiça em terem morrido mais de meio milhão de pessoas? Pergunto-me agora, porque não foi Saddam julgado por um tribunal universal? Oponho-me com todas as minhas capacidades á pena de morte. Saddam durante o seu tempo no poder mandou assassinar 300 curdos e xiitas por ano, em média. Agora no Iraque por semana morrem 200 pessoas, recuso-me a pensar quantas serão ao final de um ano. É esta a justiça a que o mundo está sujeito, é esta a justiça imposta pela Organização das Nações Unidas? A morte de Saddam não mudou nada, irá piorar e mais irão morrer inocentemente, apesar de ditador, tirano e todos os cognomes que lhe possam dar porque mataram aquele homem? Na minha justiça não será mais tirano e lunático o homem forte da casa branca, George W. Bush, o número de mortos falam por si.

Nunca poderei ficar satisfeito por alguém ter morrido, não existe diferença entre os mortos iraquianos e americanos, são todos ser humanos que mereciam viver mais uns anos de vida. Uns mereciam voltar á sua terra natal, ver os filhos crescer, acompanhar a vida da sua familia, educar os filhos e finalmente reformar-se e viver feliz até ao final da sua vida. Mas afinal não, regressaram ao seu país, fechados em quatro tábuas de madeira, uma bandeira americana em cima do caixão, a viuva chora a morte, tem direito a salvas de canhão e enquanto as correntes descem o caixão num cemitério comum de soldados ouve-se o som de Star and Stripes. Para o governo americano foi feita justiça, um esforço em prol da "liberdade". Marcou a vida da víuva, um orfão irá aos fim de semanas ao cemitério visitar o pai, que morreu como um bravo, a lutar.

Tudo isto são tretas sem fundamento, para mim nunca mortes podem ser sinónimos de liberdade, justiça, igualdade e fraternidade. As últimas palavras do monstro foram "Não é assim que o povo iraquiano se deveria unir", foi interrompido pelo capataz que gritou: "- Cala-te ditador, viva Moqtada Al-Sadr", lider xiita e forte opositor á politica de Hussein, por fim disse: Maomé..., e o chão fugiu-lhe, mergulhou para um infindável mundo negro. Gritaram-se vivas, dançaram a volta do corpo, cuspiram e espizinharam o corpo, esta meus amigos é a justiça. A ONU nada fez, o tribunal era contralado pelos americanos, mas estes libertaram-se de qualquer ligamento que poderiam ter com a pena de morte. Nenhuma morte se justifica, ao contrário de muitos não durmo melhor por saber que alguém morreu, não me sinto mais feliz, nem seguro. Esta é a triste realidade. Eu não defendo nenhuma das partes, o homem era um tirano e um monstro, mas se me dessem a escolher entre meio milhão de pessoas vivas ou mortas, eu sem pensar sei que preferia que ainda respirassem, talvez dormisse mais descançado. Hoje explodíu um carro armadilhado em Bagdad, morreram 23 pessoas e agora pergunto-vos, que estupidez é esta, felizes por o número de mortes crescer a cada dia?

Tuesday, January 02, 2007

Realidade

" A realidade é dolorosa e imperfeita, é essa a sua natureza e por isso a distinguimos dos sonhos. Qaundo algo nos parece muito belo pensamos que só pode ser um sonho e então beliscamo-nos para termos a certeza de que não estamos a sonhar. A realidade fere, mesmo quando, por instantes, nos parece um sonho. Nos livros está tudo o que existe , muitas vezes em cores mais autênticas, e sem a dor veridica de tudo o que realmente existe. Entre a vida e os livros, meu filho, escolhe os livros."

Extracto de : "O vendedor de Passados" de José Eduardo Agualusa

Sobreviver numa selva de betão


Survive - Rise Against
Somewhere between happy, a total fucking wreck
Feet sometimes on solid ground, sometimes at the edge
Spend your waking moments, simply counting time
Give up on your hopes and dreams
Life for you, has been less than kind
So take a number, stand in line
We've all been sorry, we've all been hurt
But how we survive, is what makes us who we are
An obvious disinterest, we barely managed smile
I'll take my little Greenland, a status quo exile
I shoot my obligations, I miss all those headlines
I started quitting early, you're fucking up my life
All smiles and sunshine, a perfect world on a perfect day
Everything always works out, I have never felt so fucking great
Life isn't like this
Are we fudging on an answer, fucking up my obligations
It's what makes us who we are
Who we are
Letra: Tim MacIlrath ( com modificações )