Friday, July 04, 2008

Sentidos imorais

Deixas-me absorto, perdido num lugar mental distante, momentaneamente não sei onde estou. Entorpecido, os pensamentos passam devagar um a um, consigo visiona.los á minha frente. Os obejctos deformam-se, o corpo fica parado e morto, não consigo falar, sou controlado por impulsos, estimulos que me deixam fora de mim. Perco a noção da realidade, esta distorce-se e por fim liberto-me, deixo de ser um escravo como todos á minha volta que apesar de estarem na sua consciência estão mais absortos do que alguma vez fiquei com isto. Estendido no chão fixo o tecto, as imagens são projectadas do cortex cerebral directamente para a tela gigante que me esmaga mesmo por cima do meu corpo. São escravos, do tempo, do dinheiro, das obrigações, da filha da puta da moralidade que é o maior entrave ao livre espirito da liberdade. Conseguem ser ridiculos, estão mais abortos e adormecidos que eu e estão sóbrios. Deêm-lhe dois relógios e já nem sabem que horas são, diz que enquanto o ponteiro pequeno não avançar mais cinco números não recebem dinheiro. E a moralidade, falsos!, falam de moralidade essas criaturas. Quando nem se aparcebem que tudo o que fazemos é baseado na procura de prazer, diz a um desses moralistas para fazer algo moral que não envolva a procura de prazer e verás a resposta dele.

O copo caí, o alcool escorre pelo chão, espalha-se e provoca uma poça que macabramente se assemelha a uma poça de sangue. Será este um presságio?, que diferença faria se apontasse uma pistola á cabeça e deixasse que o chumbo quente me percorre.se toda a massa cinzenta. Que diferença faria? Nem nisso iriam reparar se fosse á sua frente, quanto mais um estrondo distante que provem de um quarto. A janela aberta deixa entrar o som de chuva que caí do céu, consigo ouvir as businas dos carros, as businas de todos esses idiotas que perdem tempo de vida fechados em latrinas, seguindo todos o mesmo caminho, que nem carneiros. A chuva lá fora mistura-se com as imagens de memórias não vividas projectadas, não me consigo mexer, o corpo está sem forças, assemelho-me a um cadaver não fosse as expressões faciais que ainda conseguia irradiar, se não fosse o cigarro que ia queimando todo o tabaco até ao filtro que se pendurava entre os meus dedos. A diferença enter a insanidade e a genialidade é separada por uma linha muito ténue. Todos os outros lá fora são demasiado formatados, demasiados distraidos com os seus desportos, com as suas rotinas, já nem no futuro aquelas tristes criaturas acreditam. São incapazes de pensar, e nem se interrogam o porquê de não conseguirem pensar, idiotas, escravos. Sim escravos, a única diferença que é o chicote dos nossos dias é mortal, ataca todos os dias, todos os segundos a partir do momento que acordas e nem te apercebes.


And They Obey

Smash down the cities.
Knock the walls to pieces.
Break the factories and cathedrals, warehouses
and homes
Into loose piles of stone and lumber and black
burnt wood:
You are the soldiers and we command you.

Build up the cities.
Set up the walls again.
Put together once more the factories and cathedrals,
warehouses and homes
Into buildings for life and labor:
You are workmen and citizens all: We
command you.

1 comment:

Anonymous said...

Sem dúvida que os teus textos estão cada vez melhores, e este é um dos exemplos.

Parabens ;)