Thursday, June 28, 2007

A Guerra Fria - de John Lewis Gaddis



Este é um daqueles livros que já foi referido vezes sem conta, mas que infelizmente nunca cheguei a falar em concreto e aprofundademente dele. É, já devia de cá estar há uns tempos, mas só hoje é que surgiu a opurtunidade/disponibilidade/vontade de resumir uma obra de literatura histórica. Foi um livro que foi oferecido, se não o tivesse sido provavelmente nunca o teria lido e não tinha despertado ainda mais este gosto que eu tenho pela politica actual. John Lewis Gaddis é um consagrado professor da Universidade de Yale nos States, para além de ser uma das pessoas mais cultas no que toca á história do século XXI, arrisco a dizer que será também das pessoas que mais conhecimentos tem sobre a história da guerra que começou em 1946 e terminou em 1991 e que por incrivel que pareça durante todo este tempo nunca uma bala saíu de uma espingarda entre os dois países. Obviamente que foi o periodo da Guerra Fria, as quase quatro décadas em que o mundo viveu constantemente em suspense.

Neste livro foram abordados as principais figuras politicas de todo este processo complexo e não menos moroso, desde todos os presidentes da casa branca, senhores do mundo; aos líderes que passaram pelo Kremlin, figuras como Estaline, Gorgachev e Kroshov; da força imperialista que a China adquiriu entre muitos outros. Este livro é particularmente díficil de descrever para quem não conhece em profundidade aquilo que a Guerra Fria foi, torna-se impossivel resumir um livro já por si resumido de um periodo correspondente a 40 anos. Para não estragar aquilo que é um grande livro, alguém teve a capacidade - e a paciência - de resumir tudo isso por mim, incrivel aquilo que se consegue encontrar na internet.

"A Guerra Fria foi uma disputa pela hegemonia mundial entre Estados Unidos e URSS após a II Guerra Mundial. É uma intensa guerra económica, diplomática e tecnológica pela conquista de zonas de influência. Ela divide o mundo em dois blocos, com sistemas económicos e políticos opostos: o chamado mundo capitalista, liderado pelos EUA, e o mundo comunista, encabeçado pela URSS. Provoca uma corrida ao armamento que se estende por 40 anos e coloca o mundo sob a ameaça de uma guerra nuclear. Após a II Guerra Mundial, os soviéticos controlam os países do Leste Europeu e os norte-americanos tentam manter o resto da Europa sob sua influência. Apoiado na Doutrina Truman – segundo a qual cabe aos EUA a defesa do mundo capitalista diante do avanço do comunismo –, o governo norte-americano presta ajuda militar e económica aos países que se opõem à expansão comunista e auxilia a instalação de ditaduras militares na América Latina. O Plano Marshall, por exemplo, resulta na injeção de US$ 13 bilhões na Europa. A URSS adota uma política isolacionista, a chamada Cortina de Ferro.
Ajudada pelo Exército Vermelho, transforma os governos do Leste Europeu em satélites de Moscovo. Nos anos 50 e 60, a política norte-americana de contenção da expansão comunista leva à participação da nação na Guerra da Coreia e na Guerra do Vietname. A Guerra Fria teve repercussões na própria política interna dos EUA, com o chamado macarthismo (politica seguido pelo presidente Jimmy Carter), que desencadeia no país uma onda de perseguição a supostos simpatizantes comunistas. "



A Corrida nuclear – A Guerra Fria amplia-se a partir de 1949, quando os soviéticos explodem sua primeira bomba atómica e inauguram a corrida nuclear. Os EUA testam novas armas nucleares no atol de Bikini, no Pacífico, e, em 1952, explodem a primeira bomba de hidrogénio. A URSS lança a sua em 1955. As superpotências criam blocos militares reunindo seus aliados, como a OTAN, que agrega os ocidentais, e o Pacto de Varsóvia, do bloco socialista.Com a descoberta da instalação de mísseis soviéticos em Cuba, em 1962, os EUA ameaçam um ataque nuclear e abordam navios soviéticos no Caribe. A URSS recua e retira os mísseis. O perigo nuclear aumenta com a entrada do Reino Unido, da França e da China no rol dos detentores de armas nucleares. Em 1973, as superpotências concordam em desacelerar a corrida armamentista, fato conhecido como Política da Détente. Esse acordo dura até 1979, quando a URSS invade o Afeganistão. Em 1985, com a subida ao poder do líder soviético Mikhail Gorbatchev, a tensão e a guerra ideológica entre as superpotências começam a diminuir. O símbolo do final da Guerra Fria é a queda do Muro de Berlim, em 1989. A Alemanha é reunificada e, aos poucos, dissolvem-se os regimes comunistas do Leste Europeu. Com a desintegração do bloco comunista em 1991 a Guerra Fria chega finalmente ao fim."

O livro de J.L. Gaddis é um livro obrigatória para qualquer pessoa que queira conhecer o periodo politico correspondete a estes anos. Apresenta uma leitura fácil e acessivel, passado algumas páginas já estamos familiarizados com nomes como Deng Xiaopeng, Margaret Tatcher, Lech Walesa, Charles de Gaulle que á primeira vista são figuras anónimas. A Guerra Fria decidiu o rumo que o nosso mundo ia seguir, se os resultados fossem diferentes - e a maioria das pessoas não sabe o quão próximo estivemos de uma verdadeira guerra nuclear ao nível mundial - hoje a vida seria totalmente diferente. Foi um dos principais marcos do século XX, o que foi mais incrivel nesta guerra entre o bloco comunista e os capitalistas é que nunca uma bala foi disparada contra os inimigos, - com a excepção de uma troca de tiros entre dois aviões caças durante a Guerra da Coreia. Contudo, durante este periodo foram travadas imensas guerras por ambas as partas, os Estados Unidos estiveram envolvidos na guerra da Coreia , - da qual veio a surgir o acordo para o parelelo que divide as duas Coreias, ainda hoje -, na guerra do Vietnam; indirectamente envolvidos na guerra do Irão e do Iraque. Os soviéticos travaram guerras um pouco por toda a Ásia.

Para além destes países surgiram terceiros que tiveram um papel fundamental nesta história, como é o caso da China, que se afirmou um amigo não muito fiável para os soviéticos, mas que se afirmava contra a politica externa norte-americana. Outro caso é a Polónia que sempre foi o país do bloco de leste que mais se revoltou contra o dominio totalitário de Moscovo, por alguma razão foram os primeiros a conseguirem a independência. Um facto que não pode ser esquecido é a organização dos dois blocos em conjunturas militares tal como a Nato e os países do Pacto de Varsóvia...

Faltou falar de alguma coisa? Obviamente que sim, mas para isso têm mesmo que ler o livro como eu o fiz! ;)

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