Wednesday, August 02, 2006

As nossas guerras

Hoje em dia as pessoas não têm grande noção daquilo que fazem, e sinceramente isso mexe com o meu sistema nervoso. As pessoas nos dias que correm não querem saber da gravidade que as suas acções podem estar a causar, querem é ter razão não podem encolher os ombros e admitir o erro, primeiro é preciso um infindável número de ofensas e represálias ditas da boca para fora. Deve de ser por não saberem o que é ordem e respeito. Eu levo com estas criaturas todos os dias e ouço as suas bocas: "Eu sou melhor que...bla bla bla", "Eu isto, tu aquilo bla bla bla".

Desta vez fiquei chateado a sério, talvez por desta vez me ter tocado a mim. Eu não entendo muito bem isto, é que agora na sociedade moderna uns discriminam os outros, fazem trinta por uma linha e fazem tudo o que puderem para arruinar a vida deles e o papel dos outros no fundo é encolher os ombros e não dar importância? Que bonita sociedade em que vivemos, gostava de saber se no tempo dos antigos gregos era assim, provávelmente também seria. Tal como no conflito israelo-arabe, em que uns encolhem os ombros e os outro ofendem-nos forte e feio, também a vida em sociedade se assemelha a isto.

Não gosto daqueles que se julgam muito grandes e no fundo não são nada, eu também não sou ninguém para estar aqui a escrever isto mas ao menos faço algo de útil, como já disse prefiro fazer a minha vidinha em paz, encolher umas vezes os ombros e seguir em frente, mas ás vezes surgem guerras incontornáveis. Guerras tal como eu tenho com a escrita, não se pode chamar muito guerrra vivemos mais uma paz-podre, ás vezes eu ataco-a e ela deixa-me escrever uns textos em condições, outras vezes ela ataca-me e também eu encolho os ombros e não saí nada de jeito. Provavelmente é por isso que não gosto do que escrevo, acabo de escrever e normalmente não releio o que acabei de escrever, pois são poucas as vezes que algo como ler o que escrevi me dá prazer.

Louvado seja Lobo Antunes, se não fosse ele ( meu aliado de confiança contra o temperamento da escrita ) muitas batalhas tinha perdido. Os leitores no geral, não compreendem o que leva a escrever: não é divertimento, não é trabalho, não é nada do que possam imaginar, o que leva uma pessoa comum a escrever. Quando se escreve é mais do que puro prazer torna-se quase um dever, porque sabemos que escrevemos bem e por um lado era um egoismo total não partilhar-mos o toque da escrita com outras pessoas. Eu sou um bocadinho assim, não gosto que as pessoas leiam tudo o que eu escrevo, isto é um principio básico, os textos que escrevo aqui para o "publico" são escritos no momento, não pego no meu caderno de escrita e passo-os simplesmente para aqui.

Isso é uma coisa que detesto fazer, cada texto tem a sua identidade, não posso escrever um texto no dia anterior a pensar que vou publicá-lo no dia seguinte no blog, não posso! Cada texto tem a sua alma, tem o seu momento, tem a sua imagem, não podemos pedir que um texto mude de alma, de identidade e de imagem para agradar ás pessoas. Provavelmente a maioria dos textos escritos naquele caderno de capa preta só irão ser lidos mesmo por mim, quer dizer, não vão ser lidos por ninguém visto que eu não re-leio os meus textos. Não são textos infelizes, são textos timidos, texto que a sua personalidade não foi feita para se depararem com leitores a lerem-nos através de ecrãs, nunca foi a intenção deles.

Apesar de tudo gosto da minha relação paradigmática entre texto e escritor, gosto! Ás vezes dou voltas e voltas á cabeça para tentar encontrar lá para o meio uma folha de papel em branco que posso dar uma boa ideia, é como jogar na lotaria: nunca sabemos o que nos vai saír. Mas mesmo assim não é por divertimento é quase um dever.

6 comments:

Anonymous said...

os teus famosos e mstriosos textos .. muitos escreveste durante as aulas xD e eu lembro me ate de perguntar porqe é qe escrevias .. se era por te sentires bem ou por te sentires mal .. e tu disses te qe escrevias pq te apetecia x) e eu pronto .. ( qase qe ) fiqei esclarecida xD LOL *
enfim .. agora ja atinei com o sitio dos coments ja da para vir ca mais vezes e tudo xD
vá, bjinhooo *

Anonymous said...

Parece que fui eu que originei a escrita deste texto... sory =|

João Fernandes said...

Não meu não tem nada a haver contigo, acredita que não. As coisas que entre nós já estão resolvidas. Se queres que te diga enquanto escrevo nem penso muito, saí naturalmente. Acredita que não foi dirigido ati este texto, talvez umas cenitas podem ter a haver contigo, mas nao é dirigido directamente a ti.
De qualquer forma, fica bem e espero que visites mais vezes que tens a porta sempre aberta.

Anonymous said...

Escreves lindamente =) Só não percebi qual a origem do texto, mas isso...
beijinho *

Anonymous said...

eiii!
Finalmente passei a comentar isto, dizes tu, e até é verdade! LOL
Mas como mais vale tarde qe nunca ca vai mais um comentario daqeles qe se fazem às 3 da manha quando nao se tem nada pa fazer:
Ya, realmente conhexo a situaçao qe tas a falar porqe li o qe se passou mas tens razao naqilo qe dizes e é verdade à muitas pessoas qe nao conhecem a responsabilidade dos seus actos e tal mas cabenos a nos ensinar-lhes isso(se é qe temos capacidade para tal,eu pessoalmente achu qe nao)! (;

Agora houve uma coisa qe me espantou no teu texto qe foi esta frase: "Quando se escreve é mais do que puro prazer torna-se quase um dever, porque sabemos que escrevemos bem e por um lado era um egoismo total não partilhar-mos o toque da escrita com outras pessoas." Isso qe escreveste é realmente muito subjectivo! Há escritores e escritores, estilos e estilos, etc etc. E pra mais acredito qe no fundo a mentalidade de qualqer escritor nao é escrever porqe os seus maravilhosos textos seriam perdidos nos confins do nada se nao os publicaxem e isso seria eguismo. A maioria dos escritores escrevem porque tal acto lhes da prazer e simplesmente é tambem um refugio para as suas ideias. O proprio saramago revela qe tem mais de 10 livros completos nao publicados, ou seja, qe nao os deseja ver publicados porqe nao tem nenhum publico alvo a qem se destinem. Tu proprio naquilo qe escreveste vaiste contrariar na medida em qe dizes qe escreves uns textos no caderno de capa preta para ti, ou melhor para ninguem ler. Enquanto qe na frase qe transcrevi escreves qe é por dever qe o escritor escreve.

Tambem nao percebo porqe é qe dizes qe escrever primeiro as cenas num caderno e depois passares para aqi nao seria a mesma coisa e iria alterar a alma do texto. Discordo da tua opiniao pois achu qe cada texto quando é escrito vai ter a tal alma e mensagem qe o escritor qer e exas caracteristicas vao estar sempre presentes no texto seja o momento em qe é lido, como é lido ou onde é lido. O texto vai ter sempre as mesmas caracteristicas qer o passes primeiro numa folha e depois para aqi ou vice versa ou o faças aqi directamente. O qe é importante na eficacia da leitura vai ser o proprio leitor qe porventura poderá interpretar à sua maneira.

"Mas mesmo assim não é por divertimento é quase um dever."
Mais uma vez discordo em absoluto com esta frase. Um escritor nao acredito qe escreva por dever. TEM qe ser por divertimento, por gozo, por divertimento, por amor! Um escritor quando escreve ama aqilo qe escreve e é isso qe o faz continuar, é isso qe o faz escrever. Muitas das vezes como tu expressaste bem nem se pensa qem vai ler o texto, às vezes ate pode nem ser lido. Mas ele escreve-o porqe sente prazer naqilo qe faz e ama a arte da escrita!

Bem mas ca puta de texto qe me fizeste escrever!! So escrevi esta cena porqe sei qe gostas destes comentarios em qe tens de responder! xD

va gande abraxo e escreve mt

FLE 06

João Fernandes said...

Lol
O pah nem me está a apetecer responder ao teu comentário, porque se respodendesse como tu disseste tinha que escrever muita coisa, opiniões. A minha opinião está escrita no texto, não é por comentários que vou escrever de novo tudo o que já escrevi. Visões exteriores são sempre diferentes, disso não haja dúvida, cada um tem o seu argumento para escrever o meu está ali.
Já agora aonde é que eu escrevi que não escrevia com alma?! Para que saibam eu quando escrevo os melhores textos nem penso no que vou escrever a seguir, sai tudo naturalmente, não preciso de pensar. Se pensar demasiado já sei que o texto vai ser fraco.

Mas ok, respeito a opinião de qualquer um e a tua não é excepção, mas nem sempre somos donos da razão, nem sempre. Fica bem, abraço.