Saturday, May 05, 2007

Passado, Presente, Futuro

Hoje não escrevo porque me apetece, passar um sábado á noite a escrever não é das maiores alegrias que a vida nos pode dar, escrevo sim devido ao facto de olhar para o blog e ver que vagueiam demasiados posts de cinco linhas, que estão para encher porque nada mais me vem á cabeça. Chateia-me profundamente o facto de depois de escrever um texto não ter paciência para o rever e corrigir os erros, depois é normal irem a ler e surgir alguma palavra a mais, ou alguma letra a menos. Deixei de escrever sobre a minha vida, não tem qualquer interesse estar para aqui a mandar bitaites para o ar a explicar a complexidade de uma existência por pouco, por onde se pegar. Estou numa fase em que fiquei sem grandes objectivos para escrever, ou para fazer muito mais. Lembro-me perfeitamente de nos primeiros dias deste blog eu deseja alguém mais afamado visitar este espaço e ver que tinha algum talento para escrever algo mais a sério que um blog, hoje obviamente sei que as coisas não caíem do céu, não surgem milagres dum dia para o outro e agora, sinceramente, se me pedissem algo do género provavelmente recusaria, para escrever umas bacoradas escrevo para aqui, não desperdiço opurtunidades.

Há uns tempos atrás, numa aula de História, a minha professora disse uma grande verdade, devo de ter sido o único a prestar atenção a tal frase, "O povo português sempre sofreu de Sebastianismo, o que é isto? É espararmos sempre por um milagre, é afundarmo-nos e esparar que algo nos salva e não fazemos nada". Eu sou assim, baseio-me na fé para muitas coisas da minha vida, não explico porque simplesmente não posso explicar, podem chamar estupidez o que não deixa de ser, mas habituei-me a esperar para que acontece-se o que eu pretendia, umas vezes acabava por acontecer, eu involuntáriamente evoluía e progredia sem dar por isso. Espera-se baseados em nada, como eu á milhões de portugueses, preferimos esperar para que saía o EuroMilhões do que trabalhar arduamente, esperamos ter uma vida feliz e não fazemos nada por isso, depois queixamo-nos do malogro em que o nosso país está embrenhado. Hoje se alguém que tivesse um acto de bondade para comigo e me pergunta-se: "Queres publicar um livro?", eu diria que não, não estava para publicar uma merda sem conteúdo, vago e inlegivél.

Sim, realmente é verdade há por aí muita porcaria e vende como o caraças. Mas a vida não é justa, se fosse não haveriam guerras, nem pessoas a passarem fome, teriamos todos o mesmo nível de felicidade e de riqueza, se isto é impossivel também a justiça para com a vida humana também o é. Tal como os livros, há para aí blogues que não valem a ponta de um corno, mas porque pertencem ao actor X, ou ao politico H já têem visitas e bajuladores por simpatia. Obviamente que ás vezes ao visitar esses sítios um gajo vê que alí é só visitantes e comentários por simpatia, mas a verdade é que é são essas mesmas vedetas que atraíem massas e as controlam, porque basta ser do maricas que apresenta o programa das manhãs para as velhotas que tem mais visita do que o de outro qualquer bom escritor. Não falo dos livros, porque há inumeros escritores maravilhosos que mereciam lugares de tabelas em livrarias e não os têm, já a Fátima Lopes domina o primeiro lugar, porque agora é conhecida para alguém apostar naquilo.

Mas voltando á linha de pensamento anterior, se a vida fosse justa, talvez fosse bem melhor, contudo é impossível. Se nos basearmos nos príncipios de fazer o bem, recebemos o bem; do karma e dessas filosofias talvez possamos ser felizes, mas não temos o que queremos, porque se não os poderosos não seriam os corruptos mas sim as almas caridosas deste planeta, se vale a pena fazer o bem? Faz bem ao nosso espirito, se tentam tirar algum partido disso, esqueçam, porque a vida por mais boa que seja, é aplicativa da teoria da canção dos Queen, "Only the good die young". Não há mares de rosas, não há locais de segurança e amizades hoje em dia são tão raras como oásis nos desertos, os amigos preferem contractos assinados, rubricados e palmadinhas nas costas do que estar ao lado, quando são necessários. Foi assim que fomos ensinados a viver, e não há forma de o contornar.

Há acontecimentos na nossa vida que transformam o rumo por completo, hoje não seria quem sou se o meu passado tivesse sido diferente, assim está relacionado o espaço temporal, o passado molda o presente e este julga o futuro. Aqueles que se refugiam nalguma coisa é porque outra temem, os que se vêem como leitores, ou ouvintes natos procuram um escape á realidade, porque todos precisamos. A vida nos livros é mais fácil que a vida real, por isso é que são livros, á música aplica-se o mesmo. Poderiamos desejar que a vida fosse diferente, mas o máximo que se pode fazer é reagir ao presente de modo a ultrapassar as adversidades do futuro.

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