Monday, February 05, 2007

Status: off

Tenho pena de neste fim de semana não ter actualizado isto, durante dois dias tive uma viagem até aos confins da Europa medieval, com tanta trolhada entre reinos da europa e disputas papais a minha inspiração e ideias para escrever aqui foi-se. E, diga-se escrever um texto por gosto depois de se ter estado cerca de uma tarde inteira a ler documentos alusivos ao Papa Leão III não se torna apelativo.

Mas hoje algo me deixa pouco contente, é certo que cada um tem os seus gostos musicais, mas entristece-me e torna-se até certo ponto deprimente, um gajo tentar falar de música com os colegas de turma e ter que soletrar as letras do nome da banda. Não culpo as pessoas por gostarem de certos estilos de música, já que estes mais não fazem do que comerem a comida boa e já mastigada que lhes dão á boca. A impressão que me dá é que já não se torna lucrativo fazer boa música, hoje as MTV´s por aí espalhadas alimentam as pessoas e estas de muito bom grado agradecem. Culpo sim as produtoras e grande inveja tenho eu de não ter vivido nos anos 60/70 e até mesmo 80 quando ainda se fazia boa música. Sei que este assunto está mais que discutido e que cada um tem as suas preferências músicais, mas para mim e para mais uns quantos é aborrecido querer ouvir música na rádio e não puder. Temos que levar os phones para onde quer que vamos e ter alguns momentos felizes.

O que me parece que está a acontecer é que o rock tal como a economia mundial está num grande periodo de crise. Não morreu, mas sustenta-se das bandas velhinhas que ainda vão dando uns concertos por esse mundo fora. Verdade que nos 80 o que reinava era a disco, mas ao mesmo tempo tinhamos a NWOBHM ( New Wave of British Heavy Metal ) que daqui nasceram bandas grandiosas como os Iron Maiden, Deff Leppard e Black Sabbath. Agora na primeira década do novo milénio parece-me que muito pouco rock actual temos, não Linkin Park não é "música", desculpem lá.

Não sei se deva dizer isto com felicidade ou com tristeza, mas no meu velhinho mp3 residem músicas igualmente velhas e o pouco de actual que tenho prende-se a uma banda punk de Chicago. O espirito critico do rock, o espirito provocatório está a extinguir-se e cada vez surgem menos bandas com qualidade que possam mudar o cenário. É do caraças um gajo andar a carregar os Deep Purple no mp3 e pensar: "Fodasse, esta música tem mais de 40 anos, mas é boa como o caralho!". Pois é, das bandas de hoje vou dizer isso de qual? De nenhuma pois claro, bandas rocks de hoje são más e deixam muito, mas muito a desejar. Mas quem serão os verdeiros culpados deste estado?

Somos nós, criaturas otárias e estupidas que papamos toda a porcaria que nos dão. Os produtores não fazem mais do que encher os bolsos de dinheiro e estão-se a cagar se ouvimos boa música ou não. O que me verdadeiramente me deixa com vontade de pegar fogo a umas quantas cidades portugueses, tal como Nero o fez na Roma antiga, é depois de assistir ao Top + da televisão pública. É verdadeiramente repulsivo sermos presenteados não com o top em geral, mas com a porra dos primeiros dez. Desde desenhos animados ( Noddy ), a outros desenhos animados mas para crianças mais pequenas ( Floribella ), a bandas de telenovelas sem contexto ( preciso de dizer alguma coisa? ), ou seja, em Portugal há de tudo ou pouco. Chego e depriendo fácilmente que existem duas hipoteses: ou Portugal tem mais crianças do que adultos ( mentira! ) ou então temos uma população que tem mentalidade de putos de 4 anos.

Deve de estar a fazer pouco mais de um ano que estava em Madrid, voltei com um dvd de música, de uma banda á maneira, velhinhos mas uma banda como deve de ser. Quando estava a preparar para pagar o respectivo DVD dou por mim muito parvo a olhar para o top 10 de vendas do "El Corte Ingles" de Espanha. Em número um, á frente de toda a fila estava o cd: "Iron Maiden: Live in Dortmund", cá em Portugal julgo que estaria uns maricas que pertenciam a uma novela de qual me esqueci do nome. Mete pena viver rodeado de cultura de casa de banho? Mete! É uma vergonha que um país tão parolo com Espanha até ouvir música melhor que nós? É uma grandessissima vergonha!

Vou acabar com isto antes que me dê uma crise de nervos. Ah, no meio disto tudo nem falo em escritores portugueses, que em Portugal agora qualquer palhaço com dois pingos de fama pode ser escritor. Porque não edito um livro? Um caso a pensar, deste que uma prostituta pública um livro e é sucesso de vendas, com filas nos super-mercados para autografos, sou capaz de ter alguma sorte, quem sabe até ganhe um Nobel.

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