Thursday, August 23, 2007

Brave New World



Sempre gostei mais do título em inglês, em português pode-se ler como "Admiravel Mundo Novo", livro e obra prima de Aldus Huxley. É verdade este é mais um espectacular artigo sobre os livros lidos por mim. Dentro do estilo de livros como "1984" ou "A Utupia" também "Admiravel Mundo Novo" representa uma sociedade futura, com os seus senãos. Esta distupia da realidade é algo admirável, porque foge da habitual sociedade totalitária onde o individuo é constantemente perseguido e escutado pelo estado. Este livro torna-se fascinante por esse mesmo motivo, ao contário da incessante procura pela liberdade individual no mundo dessa distupia criada por Orwell, nesta sociedade de N.F. ( apologia ao calendário de Huxley, significa Nosso Ford ) o individuo como ser individual nem sequer existe, conceitos como liberdade estão longe do seu conhecimento e nem sequer os consegue encarar, visto que os desconhece por completo.



Mas antes de chegar á obra em sim, falemos de Aldous Huxley: professor universitário, descrito pelos alunos como sendo um professor que não conseguia estabelecer a ordem na sala de aula. Durante os anos 40 entram num mundo de drogas psicadélicas que o levaram a escrever "As portas de percepção do céu e do inferno", tem uma longa caminhada pelo caminho das drogas como LSD e afins. Durante esse mesmo periodo entra em vários circulos espirituais, começando a vida para além da morta e a paranormalidade a fascina-lo.
Antes de ter ingressado neste mundo paralelo, era um re-conhecido intelectual tendo escrito vários livros, sendo "Admirável mundo novo" a sua obra prima. Quanto a mim, com todo o mérito do mundo. Huxley acaba por morrer em 1962, muito devido ás drogas alucinogénicas que consumiu por longos periodos de tempo.

Sendo 1984 uma apologia ao estado comunista vivido nessa época pela União Sovietica, agora Huxley faz uma critica á sociedade contemporânea e á sua procura da felicidade, mesmo que implique um grande falta de liberdade. Poderemos dizer que A.H. já em 1932, data de quando o livro foi escrito, apresenta uma visão do mundo absolutamente fantástica. Isto é o que gosto nos livros, apesar de já lá irem mais de 6 décadas desde que o livro foi publicado continua a ser uma critica á sociedade actual. A procura da felicidade, algo que nem sequer sabemos defenir e que mesmo assim procuramos intensamente, quando se procura a felicidade e se fazem sacrificios para a atingir entramos em clara contradição porque a felicadade terá que ser algo presente, não se pode pedir felicidade a longo prazo. A sociedade de Huxley é feliz, todos são felizes tal como Lenina o diz, mas só o são pelo facto de nem sequer conhecerem o que felicidade é, hoje em dia passa-se o mesmo, aqui reside a genialidade de Huxley, apesar de não vivermos em liberdade muitos acreditam que sim, obviamente que são condicionados para acreditarem em tal coisa, o que não é mais que uma farsa. Também 400 anos depois de N.F. as pessoas são condicionadas a serem altamente eficazes e serem felizes desse modo, de acordo com as castas sociais todos são felizes, porque não conhecem mais nenhuma opção, nunca tiveram a porta aberta para poder destruir e corromper o sistema de castas, condicionados desde a nascença, sem familia, sem amor, sem conhecimento, todos estes elementos potencialmente mortiferos para uma sociedade de castas foram exterminados e já não existe o seu conhecimento.



Os padrões são altamente cerrados, mas de uma forma diferente do universo de "1984", enquanto que nessa realidade o governo toma a forma de uma pitão que estrangula e sufoca o ser individual até o levar á suplica, em "Admiravel Mundo Novo" o governo e a sociedade dividida por castas sociais transforma-se numa serpente venenosa, que nos corrompe os tecidos cerebrais até chegar ao ponto de os matar numa questão de segundos. É isso que acontece, desde o condicionamento, até ao estado de felicadade constante, das relações sexuais altamente promiscuas ás doses elevadas de soma ( droga, por outras palavras ). Esta é a sociedade de Nosso Ford.



Huxley com o seu estilo sheaksperiano é brilhante, com uma forma de dirigir a escrita fácil e consisa leva-nos a devorar dezenas de páginas num dia, o que faz com que o livro seja lido em pouco mais de que uma semana. Lido aprofundamente, como o fiz - por alguma razão o li duas vezes -, pode-se distinguir os pontos em que Huxley critica avidamente, com o seu estilo corrosivo, a sociedade torna a leitura e interpretacção deste livro fantástica. A par de 1984 torna-se dos livros que mais prazer me deu em ler e passa directamente para o patamar de um dos meus livros preferidos, aconselho a sua leitura a todos.

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