Tuesday, October 03, 2006

Sistemas Trocados


Escrito á coisa de uma semana atrás:

"Hoje já não chove, parece que todo o mundo que circunda a minha cabeça voltou ao normal. Apesar de tudo continuo a não perceber o que é o normal: poderá ser quando estamos bem, podemos entender isto como o normal. Já um outro qualquer individuo um pouco mais sizudo pode sub-entender o normal, como um dia em que acorda cedo, pega nos putos e espeta-os na escola, encafua-se no escritório até ser noite, vai buscar a petizada, volta para casa, dois beijos na mulher e senta-se no sofá a assistir a qualquer programa de terceira categoria que esteja a dar na caixinha mágica. No fundo se não o chatearem está tudo bem.

Uma normalidade para muitos, nem todos podemos levar o normal como aqueles dias em que nos sentimos felizes. Outros casos, como o de cima, aqui o "milagre" acontece quando os putos resmungam menos ou quando saí uns singelos cinco minutos mais cedo do estaminé. Perfeitamente compreensivel, a vida não é nem nunca irá ser igual para todos. Não estando eu nesse grupo, o normal são os dias em que não chove, em que não me aborreço com nada, os dias em que fico feliz e me rio perdidamente.

Apesar de criticar, faço-me rogado das minhas criticas, critico muito boa gente por não lerem textos até ao fim quanto mais livros, nem muito menos escreverem, sim é verdade. Esqueço-me de muitos destes coitados que trabalham que nem burros velhos e ao final do mês recebem um cheque esverdeado onde aparece um cinco e dois zeros. Estes trabalhadores não o fazem porque a paciência ao final de um dia extenuante, com certeza que não deve de ser muita. Por mais desculpas possiveis e imaginárias pelos senhores dos livros e das canetas, que eu muitas vezes faço parte, nem todos podemos ou deveriamos de ler, escrever e racicionar sobre o mundo.

Por agora usufruo o tempo livre que tenho de forma equilibrada, criando uma dupla personalidade de borgas e mais sério, tudo no seu devido lugar e tempo. Tendo acabado de desculpar os trabalhadores que se vêem gregos para chegar a casa, devido aquele horrivel trânsito na N120. Por estes homens de familia ainda vá lá que se arranje uma boa desculpa, agora não existe desculpa perfeitamente plausivel para tanto jovem que diz com o rei na barriga que nunca na sua existência lerem um apelidado "canhanho", vulgo livro.

Fim da 1ª Parte
( Continuação )

1 comment:

Anonymous said...

A sociedade criou o mito que ler não é cool (e porventura não será, who cares anyway?).

Por outro lado, como podemos esperar que os jovens criem gostos de leitura se, na escola, lhes impingem uns livros da categoria de Saramago ou Pessoa.

Não é que os livros e escritores sejam maus, bastante pelo contrário, mas não são certamente as melhores escolha para motivar alguém a ler. São livros para quem já leva uma bagagem considerável, o que não é o caso de ninguém aos 15.

Quanto aos dias bons e dias maus, o meu lema agora é: gostava de ter tempo para ter uma vida a 100%. Vivo para aqueles momentos especiais, os que, felizmente, funcionam como catárses.